Turismo e história
A professora Marta Ivone Gonçalves nos apresenta a Basílica de Santa Croce, localizada na cidade italiana de Florença.
A Basílica de Santa Croce, monumental panteão dos gênios do Renascimento em Florença.
A deslumbrante cidade de Florença, capital da Toscana,
é o berço do Renascimento cultural, sede de nomes como
Dante Alighieri, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Donatello, Botticelli, Rafael e muitos outros.
Onde o despertar de seus legados foram marcados por mudanças socioculturais
refletidas na economia, na política e na religião.
Caminhar a pé por Florença, pelo seu Centro Histórico, e às margens do Rio Arno, é ver de perto, diferentes estilos arquitetônicos: palácios, catedrais, praças, pontes, igrejas, inúmeras galerias e museus.
É admirar e reconhecer o papel dos mestres renascentistas, como essencial à valorização do homem, e da ciência.
Transmitir a todos, nós de maneira impactante e harmoniosa, a inspiração humanista de seu modo de enxergar o mundo.
Revisitar Florença é sempre fonte de um passado memorável das ações do homem nos tempos.
Dentre os muitos espaços religiosos que compõe esta cidade, visitar a Monumental Basílica de Santa Croce com suas riquezas e contribuições,
serviu-me como inspiração.
Tentarei descrever um pouquinho de sua história e de seu magnifico legado.
A Basílica de Santa Croce, é um centro religioso onde arte, fé, espiritualidade e memória histórica estão intimamente interligadas.
Conhecê-la significa submergir em setecentos anos de história.
Prodigiosos nomes da Renascença deixaram suas contribuições nessa igreja.
Ali estão inúmeros restos mortais de grandes gênios da pintura, da literatura, da musica e da política.
O poeta italiano Ugo Foscolo, descreve, “Santa Croce como um ‘lugar de memória’,
a igreja abriga as ‘glórias da Itália’ cujas virtudes devem servir de fonte de inspiração para todos! “.
Foi assim elevada em Panteão da nação italiana. Herança nacional, parte do Patrimônio Mundial.
No início do século XIII, por volta de 1294 a ordem dos irmãos Franciscanos,
chega em Florença e decide ali, fora dos muros da cidade, construir uma igreja,
cujo projeto foi atribuído a Arnolfo Di Cambio.
A pedra fundamental foi erguida.
Concluída após mais de um século de construção, patrocinada por famílias ricas da cidade de Florença, sua consagração aconteceu, somente, em 1443, na presença do Papa Eugênio IV.
Renomados mestres começaram a decorar as paredes da igreja com afrescos, esculturas e vitrais, a partir do século XIV:
uma forma de narrar com objetividade e clareza histórias bíblicas
para uma congregação maioritariamente analfabeta.
Verdadeiras heranças artísticas ornamentam os espaços arquitetônicos
- Giotto, e seus afrescos que contam a vida de São Francisco de Assis e de São joão Batista Evangelista
- Benedetto da Maiano, escultor do Púlpito da Basílica
- Giorgi Vasari, construiu o túmulo de Michelangelo, e pintou A Ultima Ceia.
- Donatello, o relevo da Anunciação Cavalcanti e o Crucifixo.
- Michelozzo escultor e arquiteto da Capela Médici.
- Filippo Brunelleschi, arquiteto da Capela Pazzi.
- Taddeo Gaddi tem as obras A última Ceia e a Árvore da vida no cenáculo, refeitório onde, também, está A Ultima Ceia de Vasari.
Santa Croce é a maior Basílica Franciscana da Europa
Possui magnífica fachada, em estilo neogótico em mármore de carrara, revitalizada em meados do século XIX.
Hoje, é um complexo de museus que inclui a Basílica,
16 capelas, o claustro,
o campanário, e o cenáculo.
O mosteiro dos frades franciscanos
abriga atualmente a Scuola del Cuoio (Escola do Couro),
onde os artesãos confeccionam carteiras, bolsas e outros objetos que são vendidos nas lojas da cidade.
Os túmulos
A tradição de usar a igreja Santa Croce, com túmulos para homenagear figuras ilustres, responsáveis pela grandeza econômica, e cultural de Florença,
teve início com as figuras públicas florentinas: Leonardo Bruni e Carlo Marsuppini.
Após, o banqueiro e político Cosimo de Médici, encomenda um monumento funerário ao arquiteto Giorgio Vasari
para homenagear Michelangelo, em 1564 .
Outros ilustres mestres e políticos florentinos estão ali sepultados como:
Rossini, Maquiavel , Galileo Galilei, Guglielmo Marconi , Lorenzo Ghilberti , Hugo Foscolo, entre outros.
Neste mesmo espaço, também, há um majestoso monumento funerário dedicado ao maior poeta florentino vivo na época da construção da Basílica:
Dante Alighieri, apesar do seu corpo nunca ter ido para Florença, já que permanece em Ravenna, onde morreu exilado.
Dentro de todo o espaço de espiritualidade, beleza, memória e conservação, internalizado na Basílica de Santa Croce, recomendo, quando ir à Florença, visita-la.
A AUTORA
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