Adriana Deffenti e Odimar Garrett apresentam Saúde, composição de Rita Lee e Roberto de Carvalho. O vídeo é fruto do projeto "Mãos que falam".
Arte e Inspiração
cartaz sobre projeto mãos que falam. Autoria do cartaz: Patrícia _editora de Histori-se
Imagem 1.

CANTANDO EM LIBRAS

Odimar Garrett e Adriana Deffenti apresentam “Mãos que falam”.

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Mãos que falam é um projeto idealizado pelo intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), Odimar Garrett.

Ele e a cantora e compositora Adriana Deffenti uniram conhecimentos e talentos para apresentar – também, em Libras – obras de compositoras e compositores brasileiros, incluindo, neste seleto conjunto, composições de autoria de Adriana.

MÃOS QUE FALAM

Histori-se conversou com Odimar Garrett para saber sobre o projeto. Confira!

  1. A ideia

“Eu estava ouvindo vídeos no Instagram e pensei estar escutando a Simone Rasslan.
Quando prestei atenção, era a Adriana Deffenti cantando Saúde” (composição de Rita Lee e Roberto de Carvalho).

“Depois, percebi que as vozes de Simone e de Adriana são diferentes, mas – naquele momento – eu pensei estar ouvindo a Simone. Busquei outras interpretações da Adriana e ouvi suas composições”. […].
“Contei para a Simone que conhece a Adriana”
.

Assim, Odimar iniciou a narrativa sobre sua parceria com a cantora e compositora Adriana para o projeto “Mãos que falam“.

Odimar Garrett
Odimar Garrett

Foi o amor pela música e pela interpretação de músicas na Língua  Brasileira de Sinais (LIBRAS) que motivou Odimar a criar vídeos interpretando canções de compositoras e de compositores brasileiros.

Foi a admiração pelo trabalho e pela voz de Adriana que o levou a propor a ela a ideia de ele “cantar em Libras” as composições, assim como, as canções por ela cantadas, disponibilizadas em vídeos.

2. Odimar Garrett

Professor, tradutor e intérprete de Libras.
Investe no aprendizado e no ensino da Língua Brasileira de Sinais desde os seus 18 anos, quando, em busca de formação, recebeu uma carta de intérprete empírico da Federação dos Surdos.

Atualmente, além de ministrar cursos, prestar consultorias, gravar vídeos institucionais e realizar traduções, dedica-se ao universo do teatro, do cinema e da música.

Ao longo de sua trajetória, percebeu a música como ferramenta pedagógica e como fonte de bem estar.
Sobre traduzir músicas, diz:

“Traduzir música é muito fácil – se você for traduzir o português sinalizado […]. Mas terá sentido para o surdo?

Tem que interpretar a música.
É isso que faço e que gosto de fazer”.

postagem participação na Sbornia em Revista-Odimar
Imagem 3.

3. A recepção do público surdo ou com dificuldade de audição 

Os surdos gostam de ouvir música? Nem todos.
Sobre o projeto (mãos que falam), amigos surdos gostam.
Não tenho respostas negativas; contudo, não tenho divulgado muito.

No Brasil, não temos uma cultura de acessibilidade, portanto, não é comum surdos assistirem/escutarem intérpretes de língua de sinais.

4. Interpretar não é só a palavra, é emoção.

Como você irá traduzir aquele sentimento cantado (amor, dor, medo, frustração, tristeza ou outro) para a aquela pessoa?
Como ela o percebe?

Tem que criar um cenário para transmitir uma mensagem.
Não basta um sinal
.

A chave, acredito, é pensar no cenário onde qualquer pessoa (surdo ou ouvinte) possa entender.

Nem sempre, o que está na letra está presente na letra de sinais.

Tem que trazer o conceito.
Eu transmito a ideia.
Traduzir ao pé da letra, muitas vezes, não tem sentido.

5. A interpretação é teatral.

As crianças são minhas fontes de inspiração para a interpretação.
Observo muito as crianças. Elas são muito expressivas.

As expressões infantis me auxiliam a transmitir as mensagens.

  É importante lembrar que pessoas surdas são visuais e espaciais na comunicação.

 6. Gostaria de entrar em contato ou agendar aulas com o Odimar?

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Notas:

Imagem 1. Créditos imagem/montagem: Patrícia Augusto Carra (editora de Histori-se).
Imagem 2. Odimar Garrett. Fonte: Odimar Garrett.
Imagem 3. Postagem na rede social Facebook de Odimar Garrett – participação (acessibilidade em Libras) no espetáculo Sbornia em Revista.
Imagem destacada. Imagem capturada por Histori-se de vídeo de Adriana Deffenti e Odimar Garrett.

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