História e suas manas
Cartas
Queridas amigas e amigos,
É setembro de 2022 e o Bicentenário da Independência do Brasil anda pelas redes… Bem, pelas oficiais e acadêmicas anda com mais intensidade.
E, agora, neste setembro de 2022, por vezes, me pego matutando sobre o tal bicentenário.
Quando penso no Bicentenário da Independência do Brasil – assim como em outras comemorações relacionadas à história, à cultura – me pego refletindo sobre os porquês de umas e não de outras datas.
E pensam que é só? Também nos significados e /ou motivações da época (será que alcanço?), nos sentidos que lhes são atribuídos na atualidade.
E não somente nesses, mas também nos protagonismos reivindicados, nas diferentes narrativas frutos das significações contemporâneas.
O que é o Bicentenário da Independência do Brasil para você?
O que é Independência?
O que é Brasil?
Nossa! Disparei o questionário! Hábitos de historiadora…
Me pego pensando em você, em mim, em nós: conhecemos a história?
Dos acontecimentos, das gentes, do decidir comemorar?
Que história queremos deixar como roteiro para os griots que virão?
Será que ando querendo historicizar tudo?
Até os nossos amores!
As nossas fomes, ilusões e movimentos no complexo jogo do viver.
A FESTA TÁ PREPARADA
Não é um brinde simples: bota aí significações de tempero político, cultural, econômico e social.
Mexe, remexe. Memória, patrimônio… Quais?
Tempere bem. Deixa decantar? Dá tempo?
As comemorações já espocam por aqui e por acolá, os rituais – tanto os oficiais quanto os demais – rascunham uma novela e…
Que personagem sou eu? E você?
A gente está no roteiro?
A gente se reconhece na história?
SOLTA O SOM!
Que além dos acontecimentos e gentes do século XIX, eu quero, também, os sacolejos do século XXI.
E não me contento com uma batida só!
Preciso dos múltiplos sons, desejos, medos, discursos, certezas e ressignificações da Independência do Brasil nas suas gentes (e no mundo).
Historicidade é uma palavra bonita: deve circular por vários núcleos e anseios.
Importa como ingrediente de nossa vidinha diária e para o entendimento de um tempero falado e muito complicado de ouvir definição que o alcance.
Digo da cidadania.
Feliz Bicentenário para você – e para eu – e para as demais gentes, tanto na nossa vidinha de todo dia quanto na nação Terra: seu dia -a- dia, tenha certeza, tem mais raízes que os oceanos.
Como citar?
CARRA, Patrícia R. Augusto. Bicentenários e outras datas. In HISTORI-SE. Disponível em < https://historise.com.br/bicentenarios-e-outras-datas/ >. Data de acesso: dia/mês/ano.