Arte da editora de Histori-se sobre gravura de André Thevet (1575).

O post Nessa mata tem pau-de-tinta pertence à série O Tempo das Feitorias

Mapa de Giovanni Battista Ramusio

Nessa mata tem pau-de-tinta

Nessa terra tem pau-brasil

Os litorais das regiões – dos atuais estados brasileiros – da Paraíba, de Pernambuco e do Rio de Janeiro foram os primeiros identificados como grandes fontes de pau-brasil.

O trabalho dos nativos era utilizado para:

  • a extração da madeira;
  • o transporte desta até o local onde ficava armazenada (antes do embarque);
  • auxiliar o carregamento dos navios.
ESCAMBO

Essa relação de trabalho era baseada no escambo.
Explico: o trabalho era pago com objetos.
O mesmo vale para os produtos que os europeus adquiriam dos nativos.

O negócio com os nativos era, sempre, realizado na base do escambo.

Os indígenas tinham especial interesse nos artefatos de metal como: facas, tesouras, anzóis, machados.
Trocavam trabalhos e produtos por aquilo que pensavam úteis ou que, simplesmente, desejassem.

Feitorias foram construídas.

Tinham a função de depósitos de produtos previstos para embarque nos navios e, ainda, guardavam utensílios, ferramentas e  outros objetos para serem ofertados aos indígenas. Exemplos: facões, facas, tesouras, machados.

Serviam, também, como alojamento e bases de apoio para os navios.

FEITORIA

Em geral, as feitorias eram grandes galpões de madeira cercados e localizados em espaço estratégico, tanto para sua defesa quanto para o desenvolvimento da atividade extrativista.

A proximidade de água doce e a região ser considerada um porto natural eram condições essenciais na definição de suas localizações.

Alguns europeus passavam certo tempo nas feitorias, em especial, entre um navio e outro. Era pessoal dos negociantes de pau-brasil.
Degredados, também, podiam viver nesses estabelecimentos ou nas suas proximidades.

Na área cercada da feitoria, por vezes, os europeus cultivavam alguns produtos, cito a laranja. Consta que podiam, ainda, criar
pequenos animais, como galinhas.
Algumas feitorias tinham uma pequena torre de madeira para observação.

Esquema de uma feitoria
Arte: editora de Histori-se

A maioria das feitorias existia enquanto a extração do pau-brasil acontecia na região, onde estavam localizadas.
A extração do pau-brasil era uma atividade extrativista, predatória e itinerante.
Quando madeira escasseava em um local, a feitoria era abandonada.

Em algumas regiões, no espaço de feitorias, foram criados fortes ou vilas. Isso é assunto para mais tarde.

Pindorama. Brasil
Arte: editora de Histori-se

Não foi, somente, pau-brasil que portugueses – e outros europeus – levaram para comerciar na Europa.

Leia o próximo post desta série.
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