O post Nessa mata tem pau-de-tinta pertence à série O Tempo das Feitorias
Nessa mata tem pau-de-tinta
Nessa terra tem pau-brasil
Os litorais das regiões – dos atuais estados brasileiros – da Paraíba, de Pernambuco e do Rio de Janeiro foram os primeiros identificados como grandes fontes de pau-brasil.
O trabalho dos nativos era utilizado para:
- a extração da madeira;
- o transporte desta até o local onde ficava armazenada (antes do embarque);
- auxiliar o carregamento dos navios.
ESCAMBO
Essa relação de trabalho era baseada no escambo.
Explico: o trabalho era pago com objetos.
O mesmo vale para os produtos que os europeus adquiriam dos nativos.
O negócio com os nativos era, sempre, realizado na base do escambo.
Os indígenas tinham especial interesse nos artefatos de metal como: facas, tesouras, anzóis, machados.
Trocavam trabalhos e produtos por aquilo que pensavam úteis ou que, simplesmente, desejassem.
Feitorias foram construídas.
Tinham a função de depósitos de produtos previstos para embarque nos navios e, ainda, guardavam utensílios, ferramentas e outros objetos para serem ofertados aos indígenas. Exemplos: facões, facas, tesouras, machados.
Serviam, também, como alojamento e bases de apoio para os navios.
FEITORIA
Em geral, as feitorias eram grandes galpões de madeira cercados e localizados em espaço estratégico, tanto para sua defesa quanto para o desenvolvimento da atividade extrativista.
A proximidade de água doce e a região ser considerada um porto natural eram condições essenciais na definição de suas localizações.
Alguns europeus passavam certo tempo nas feitorias, em especial, entre um navio e outro. Era pessoal dos negociantes de pau-brasil.
Degredados, também, podiam viver nesses estabelecimentos ou nas suas proximidades.
Na área cercada da feitoria, por vezes, os europeus cultivavam alguns produtos, cito a laranja. Consta que podiam, ainda, criar
pequenos animais, como galinhas.
Algumas feitorias tinham uma pequena torre de madeira para observação.
A maioria das feitorias existia enquanto a extração do pau-brasil acontecia na região, onde estavam localizadas.
A extração do pau-brasil era uma atividade extrativista, predatória e itinerante.
Quando madeira escasseava em um local, a feitoria era abandonada.
Em algumas regiões, no espaço de feitorias, foram criados fortes ou vilas. Isso é assunto para mais tarde.
Não foi, somente, pau-brasil que portugueses – e outros europeus – levaram para comerciar na Europa.