O Talibã dominou o Afeganistão de 1996 a outubro de 2001.
Esse domínio foi interrompido pela invasão dos Estados Unidos e aliados.
A invasão ao território afegão foi seguida de uma ocupação que durou vinte anos.
Sobre ações efetivas para a promoção de melhores condições de vida para a população feminina afegã, é importante dizer: pouco foi feito, entre os anos de 2001 e de 2021.
Malalai Joya (2009) falou sobre a situação das mulheres no Afeganistão ocupado:
“Sem dúvida alguns projetos foram feitos para mulheres e meninas afegãs, algumas escolas foram construídas, principalmente nas grandes cidades. Isso para justificar a ocupação […]. Mas ainda agora você vê os casos de estupro, violências domésticas, ataques de ácido, casamentos forçados, autoimolação, espancamentos públicos de mulheres com chibatadas, apedrejamento até a morte”.
O triste retorno
No dia 30 de agosto de 2021, as forças dos Estados Unidos e da OTAN deixaram o Afeganistão.
O Talibã assumiu, novamente, o poder.
As determinações e as normas impostas pelo governo talibã provocaram grandes problemas para a população feminina.
Por imposição do governo, muitas mulheres tiveram que deixar os seus postos e locais de trabalho.
O direito de ir e vir, também, foi violado.
Parques, academias e diversos outros locais públicos estão vetados para o público feminino.
As mulheres, para sair fora dos limites de suas casas, necessitam usar a burca e ter a companhia de familiar do sexo masculino.
A possibilidade de instrução formal feminina foi comprometida.
A escolarização para meninas é permitida, somente, ao equivalente ao Ensino Fundamental I brasileiro.
A voz das mulheres foi proibida de soar em público.
Cito, a ativista afegã, Malalai Joya (2022):
“Eles proíbem os princípios básicos da vida, os seus direitos básicos. […] há casamentos forçados com elas e são açoitadas em público, as suas manifestações são reprimidas, são detidas e torturadas“.
Notas e referências:
- OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte.
- JOYA, Malalai. Woman among warlords: the extraordinary story of na Afghan woman. Scribner, 2009.
- RTVE – Pilar Requena, Afeganistão, um ano depois. In: < Entrevista: Malalai Joya, 20/08/2022 >. Acesso: out. 2024.
- Imagem Afegãs. Arte de Histori-se, realizada com foto de Petros Giannakouris