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Ato danado esse de escrever!
Úrsula
Mulheres que escrevem
Autocuidado/autoconhecimento
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Foi em um dia desses, sem nada de especial que – ao longo de uma conversa – uma amiga, também professora, de súbito, disse:

– Deveria escrever sobre suas experiências docentes.

Achei graça. Devolvi:

 Escrever?

Na verdade, essa não foi a primeira vez que me aconselharam a escrever sobre essas experiências.

Em outro momento, dizendo as razões que me levaram ao tema de doutoramento e de pós-doutorado à profissional que revisava a escrita de meu projeto de pós-doc, escutei a mesma provocação.

Também, naquele momento, me surpreendi.
E ela, ainda, deu o título para o possível resultado de sua provocação:

“Memórias de uma professora feminista”.

Confesso que tive a mesma reação: “Escrever?

Ato danado esse de escrever!

  • E sobre parte de minhas vivências?
  • A quem interessaria?
  • Será que eu gostaria dessa experiência de escrita?
  • Será que eu quero compartilhar essas vivências tão minhas…?

Escrever sobre nossas experiências me parece como nos olhar no espelho e ver nossa imagem de outrora.

Imagem essa que sempre chega acompanhada de sensações…
Será que quero mergulhar nesse mar que está conectado ao oceano maior que compõe minha vida?

Revisitar parte desse oceano (que ainda é minha vida) é, também, mesmo sem intenção, mergulhar nas outras águas que o compõe…
Não somos parcelas de nós.
Imagem editada. Original in Pixabay (2021).

Falar de minha professoralidade – mesmo que minha escrita registre apenas parte dessa experiência – é, também, intimamente, revisitar todas as extensões do meu ser: mulher, filha, mãe, amiga, sonhos, realidades, irmã, menina, moça, senhora, limitações, medos, superações, perdas, amores, transcendência e todo restante de ingredientes, que cotidianamente, fazem eu.

Tá espantada?

Uai!
Somos assim, uma seleta de ingredientes que vai – aos poucos – nos compondo ao longo da vida.

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