Mulher na praia_Imagem de Pexels in Pixabay_2021.
Parei em frente ao mar, com a cadeira embaixo do braço. Abri-a lentamente observando a minha volta.
Cantinho daTati

 Mal me sentei e já senti um incômodo, não sabia bem o que era.
Virei para a direita e observei a família ao meu lado, olhei para frente e vi aquela imensidão azul, para baixo, eu via os meus pés soterrados na areia.

A sensação de aperto no peito foi aumentando e me dei conta de que aquilo que me incomodava era a sensação de liberdade.
Eu já não sabia ser eu mesma sozinha, não sabia o que fazer, para onde olhar, o que pensar ou sentir.
Sempre tive ao meu lado alguém que fizesse isso por mim, controlando por intenção ou não.

Imagem de No-longer-here in Pixabay _2021.

Como poderia fazer escolhas por mim mesma?
Meditar em frente ao mar poderia ser melhor que observar a dinâmica das vidas das famílias que me cercavam?
Ouvir o barulho das ondas seria mais prazeroso que o som das crianças brincando?

Sei que isso tudo pode parecer bobo, mas essa sensação de liberdade, mesclada com a incerteza do ser, foi um momento bem crucial na minha vida. Me ver só e colher frutos dessa solidão abriram portas para me tornar quem eu sou hoje.

Levo essa cena da cadeira comigo, permito me sentar nela onde quer que eu esteja, e apenas observo.

Olho tudo ao meu redor e fico atenta às minhas sensações.
Qualquer sentimento importa, sem esforço ou exigência, o nosso corpo sempre dá sinais.
Desde sentir os dedos dos pés raspando sobre a meia quando os movimento, a sentir o vento que passa batendo no rosto.

É prazer e autoconhecimento andando juntos, fazendo eu me redescobrir e me conectar comigo mesma cada dia que passa.

Não importa quantos anos se tem, quantos fios de cabelo branco uma mulher pode possuir, reconheço essa cadeira de praia sempre que as vejo.

Ela pode estar precisando sentar ou de fato sentando nela.
Algumas mulheres, as carregam debaixo do braço por muitos anos, acho que talvez com medo de sentar e sentir, outras por possuir pessoas ao seu lado que não as permitem sentar.

Espero que esse relato e essa reflexão chegue a você com carinho e apoio.
Convido você a abrir essa cadeira invisível que te acompanha dia após dia.
Tire 3 minutos nessa praia imaginária e sinta-se livre para sentir o que vier.

Não ter controle sobre as emoções, o que fazer e o que pensar pode ser algo novo. Pode abrir espaço para um novo eu que você ainda não conhece.
Deixe entrar, acolha e apenas sinta, eu te garanto que abrir essa cadeira de praia pode ser um tanto quanto libertador. 

A AUTORA

Tatiana Stein é curiosa, criativa, cabeça pensante e coração sensível. Empreendedora socioambiental de impacto, colaboração e de cenários futuros. Tutora de dois gatos, apaixonada pelo lar, pela família, amigos e por viver no presente. 

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Patty Jagmin
Meu nome é Patrícia Fortes Jagmin, venho de uma família de artistas....
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