Históricas Contemporâneas
Música Popular Brasileira (MPB) ? Samba? Jazz? Folklore argentino?
A música de Adriana é um mix de gêneros musicais.
Para quem gosta de definir, o que não é o meu caso, vamos deixar como MPB, a sua essência.
Pense bem, jovem senhora
O que se aprende com a história
percorre todas as linhas do seu ser
Os versos que iniciam este post pertencem à canção Relax, composição de nossa entrevistada. A música é parte da produção mais recente da artista: o álbum Controversa.
Uma produção com arranjos pop-contemporâneos, que reúne dez canções, sendo seis autorais: Eco, Controversa, Romance Acidental, Malabarismo Íntimo e Relax.
Vamos à nossa entrevista!
- Adriana Deffenti por Adriana Deffenti?
Apenas uma velha mocinha latino-americana com algum dinheiro no bolso e muita dificuldade em auto definição.
- Qual a sua formação?
Eu me formei em Comunicação Social, com ênfase em Publicidade e Propaganda pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Mas penso que meu ensino regular, no Colégio de Aplicação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e os anos em que estudei no Projeto Prelúdio da mesma universidade foram tão importantes quanto o curso que acabei me formando.
Passei por um curto período no Bacharelado em Flauta Transversal da UFRGS e larguei, hoje, sem arrependimentos.
- Desde quando a música é presente na sua vida?
Parece chavão, mas não é.
Não lembro da minha vida sem a presença espaçosa da música.
Tive meus primeiros conhecimentos musicais na escola primária (que privilégio!), com a Professora Martha Paz.
Aos 9 anos, no Prelúdio, comecei a ser musicalizada e tive minhas primeiras aulas de canto.
- Percebo que transita por vários gêneros musicais.
Há, além da MPB, algum gênero que desperte mais o seu interesse?
Difícil definir.
Eu sou de fases e gosto de escutar até o que não gosto.
Mas tenho um carinho especial pela música do Oriente Médio, principalmente, as vozes femininas.
Amo uma banda turca chamada Baba Zula e cantoras como Ofra Haza e Ghalia Benali.
CONTROVERSA
- No ano de 2019, lançou o álbum Controversa. Pode dizer um pouco deste trabalho?
Foi algo duro de se concretizar.
Muitos anos sem gravar, coisa que não é exatamente o que eu mais gosto de fazer, gosto mesmo é de palco.
Produzir um álbum com um financiamento com três anos de atraso.
Ao mesmo tempo, produtores cheios de vontade e um ambiente totalmente diferente do último trabalho.
Foi bom, mas me demandou muito física e emocionalmente.
Cheguei a ficar doente.
E logo veio a pandemia, para complicar a divulgação/promoção que já é naturalmente complicada quando não se tem uma boa verba dedicada para tal.
Para não ficar só reclamando:
foi o álbum com mais composições minhas e acho que o processo em que mais cresci em toda minha vida como artista.
E me orgulho muito do resultado e do trabalho de todos os envolvidos.
PANDEMIA
- Como vivenciou a pandemia? Qual o impacto no seu trabalho?
Rendeu algumas canções e um aumento de resiliência a tudo.
Me sinto muito mais forte hoje.
Produzi algumas canções e vídeos totalmente sozinha (está tudo no Instagram e Youtube) e passei a tocar muito mais violão.
Hoje, me acompanho sozinha com o instrumento com muito mais segurança.
- E, agora, quando a pandemia parece que está a nos deixar, como está a sua rotina pessoal e de trabalho?
Tenho saído bastante, meio que voltei à boemia, aos passeios com amigos e família, estava com saudades disso.
Mas também me exercitado bastante. Nado, faço pilates, funcional, ando de bicicleta.
Recentemente, voltei às aulas de castanhola com minha amiga Ana Medeiros, o que me deixa muito feliz.
E escrevo projetos, planejo um novo trabalho solo, me engajo em outros.
Sou a Consulesa Ariadna do Império da Lã.
Tenho trabalhado com mais dedicação como professora de canto, em aulas particulares e em grupos.
Estou trabalhando com a Isabela Fogaça, outra amiga querida, na parte de interpretação vocal e cênica do novo show dela.
Tento – atrapalhadamente – divulgar e informar sobre o que estou fazendo e acho isso o mais difícil.
ENSINANDO CANTO
- É professora de canto. Quem pode cantar?
Como é seu trabalho enquanto professora de canto?
Eu creio que, pra dançar, basta ter um corpo e para cantar, basta ter voz.
Como a pessoa consegue desenvolver seu canto, que é uma atividade corporal e mental, de uma complexidade neural fantástica e difícil, aí são outros “900“[risos]!
Depende de muita coisa.
Eu procuro trabalhar a partir do universo musical e artístico de cada pessoa.
Compreender esse universo para, a partir daí, construir caminhos que levem aos desejos e objetivos de cada um.
Também procuro não ver técnica e interpretação como processos diferentes ou antagônicos, mas complementares.
Às vezes, um insigth sobre a delicadeza de uma frase musical é o que faz uma pessoa descobrir seus agudos.
Já o treino vocal leva a ressonâncias que provocam emoções que se incorporam à performance. É por aí.
PROJETO MÃOS QUE FALAM
- Como percebe a interpretação em Libras de suas músicas e das músicas de outras compositoras (res) que canta?
Qual a reação do público?
Isso é muito novo!
Ainda não tivemos a oportunidade, eu e o Odimar, de nos conhecermos ao vivo!
Então, não sei muito além de quando tentei, quase improvisadamente, interpretar em libras o refrão de Peças de Pessoas, música-tema do meu primeiro disco, de 2002. E foi…legal!
Sobre o projeto “Mãos que falam” vide: Cantando em Libras
PROJETOS FUTUROS
- Projeto futuros. Há? Quais?
Sim. Mas ainda são segredo.
Enquanto não tenho subsídios pra realizar um projeto, fico quieta.
UM JOGO DE PALAVRAS E FRASES
- Para cada palavra que foi sorteada, a Adriana disse sobre em uma frase. Confira!
Amor
Um bem necessário
Paz
Outro bem necessário.
Música
O maior milagre das artes.
Felicidade
Todo mundo a busca sem parar até parar e ver que ela está na mesma busca.
Mulher
Muito mais que metade da humanidade.
Saudade
do mundo sem redes sociais digitais
Cantar
Um refúgio, uma ponte, um caminho pra qualquer lugar.
Lugar
Barra de Valizas, Uruguai
Comida predileta
Quibe cru
Cor ou cores que mais gosta?
Vermelho, Laranja, Preto e branco
Aniversário
31 de julho (de 1976, com muito orgulho, heheheh)
E-mail: adrianadeffenti@gmail.com
Site: < http://adrianadeffenti.com.br >.
Instagram: @adrianadeffenti
Créditos – Imagens 1, 2 e 9: arte sobre fotografias cedidas pelos citados por Patrícia Augusto Carra (Histori-se).