ÁRVORES DA PAZ
Árvores da Paz é um filme de Alanna Brown, lançado em junho de 2022.
A obra concentra a ação em quatro mulheres de diferentes origens e crenças.
Refugiadas no porão de uma casa, elas criam laços de amizade, solidariedade e fraternidade.
Mostram-se resilientes frente ao horror do momento sombrio que permeia suas vidas.
O filme aborda a maternidade, a violência de Estado, mas, também, a cotidiana violência contra as mulheres no seio das famílias.
Alanna Brown roteirizou e dirigiu o filme cujo argumento reúne uma impactante amostra do genocídio ocorrido em Ruanda em 1994.
No porão – uma espécie de bunker naquela situação -, uma hutu moderada grávida, uma jovem estadunidense, uma freira católica e uma jovem tutsi entrelaçam tragédias pessoais e sonhos.
Ocultas, por uma fresta que liga o porão a rua, elas ouvem todo o tipo de barbárie promovida pelo ódio e pela guerra entre as duas etnias.
Cenas como o estupro coletivo e o assassinato de uma mulher causam horror ao pequeno grupo e, ao mesmo tempo, a consciência da fragilidade de suas vidas.
Após anos de conflitos entre tutsis e hutus,
iniciados e promovidos pela Bélgica no período de colonização e mantidos pelos EUA durante o período da Guerra Fria,
a morte do presidente hutu Habyarimana foi atribuída à Frente Patriótica Ruandense (FPR), do segmento tutsi.
Este foi o estopim que deflagrou os massacres de 1994:
um genocídio com cerca de 800 mil mortos em cem dias, 200 mil mulheres estupradas e 100 mil crianças órfãs.
A narrativa denuncia o horror dos crimes cometidos.
No entanto, o fulcro do filme é a resiliência, a solidariedade – a sororidade – e a cumplicidade que essas quatro mulheres constroem durante os três meses em que precisaram ficar naquele porão.
Annick, Jeanette, Peyton e Mutesi recordam e confidenciam suas dores e esperanças,
criam laços para que, aconteça o que acontecer, saiam vivas daquele genocídio.
A leitura de um livro infantil que narra uma história sobre sementes de amor e árvores da paz, de Susan E. Kern,
o aprendizado dos diferentes idiomas e a preocupação com a criança por nascer
fornecem àquelas mulheres uma estatura gigantesca,
uma força que não se esgota nem mesmo quando deixam de menstruar e urinar porque já estão ali há mais de cem dias.
As duas narrativas, a do livro e a do filme,
funcionam como uma manifesto pela paz,
reforçado pelos dados sobre um governo formado predominantemente por mulheres em Ruanda
após esse sombrio momento vivido por todos nós, seres humanos.
Vera Haas e Léo Prado conversam sobre o filme
Confira no Canal do Professor Léo Prado. Como?
Clique no link a seguir: Live Árvores da Paz