brigadeiro - doce
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O brigadeiro foi eleito um docinho do coração. Já o Brigadeiro...
HISTORIETA diz
Hoje é dia de História
BRIGADEIRO. Autoria  imagem: não conhecida.

A HISTÓRIA DO BRIGADEIRO

Dizem por aí que o famoso BRIGADEIRO, aquele que toda festa de criança deve ter – que agora tem versões gourmets – foi inventado pelas mulheres apoiadoras do – então candidato à Presidência da República pelo partido da União Democrática Nacional (UDN) – Eduardo Gomes (1896 -1981) que, na época, tinha o posto de brigadeiro.

Isso no após a Segunda Guerra Mundial (1939 -1945).

 

Tempos difíceis, quando – devido – à carestia cozinheiras e cozinheiros tinham que usar a imaginação e – também – algumas opções de produtos enlatados: no caso, o leite condensado.

Voltando às origens do BRIGADEIRO delicioso: maravilha feita com leite condensado e chocolate….

Será que estão mesmo na campanha do referido candidato?

Será que a mulherada que apoiava o candidato – cujo marketing o dizia bonitão – fazia docinhos e mais docinhos nas suas cozinhas e – depois – no lugar de distribuírem santinhos e/ou folders de papel distribuíam docinhos?

Será que faziam isso por ser belo o candidato?
Por serem casadoiras?

Historieta com vestido curto.

HISTORIETA CONTA

Historicamente falando, encontramos registros de docinhos semelhantes em anos anteriores às campanhas disputadas por Eduardo Gomes. Algumas receitas, inclusive, feitas a partir do doce de leite.

Talvez, o delicioso e saliente docinho tenha sido apreciado em algumas festividades relacionadas ao mencionado candidato cuja propaganda o dizia: bonito, competente e solteiro.

Talvez, o BRIGADEIRO tenha sido produzido e vendido por eleitores e eleitoras que doaram o lucro para contribuir com os gastos da propaganda política do Brigadeiro presidenciável.

 

O certo é que o Brigadeiro Eduardo Gomes perdeu as eleições que concorreu para a Presidência da República (1945 e 1950).

Já o BRIGADEIRO – docinho gostoso – ganhou todas as atenções e continua eleito entre as mais deliciosas riquezas da culinária brasileira.

 

AS ELEITORAS

Imagem de JL G in Pixabay_2021.

Quanto às eleitoras do presidenciável não eleito devemos lembrar que o ano de 1945 marca além do fim da Segunda Guerra Mundial, o término do Estado Novo.

Muitas mulheres se dedicaram à busca de direitos democráticos, envolveram -se em lutas reivindicatórias de questões sociais como creche e moradia, em lutas políticas, como por exemplo, anistia de presos políticos.

 

As eleitoras do Brigadeiro Eduardo Gomes e outras brasileiras votaram – pela primeira vez – para a Presidência da República no ano de 1945.

 

A UDN representava um grande mosaico de oposição ao candidato apoiado por Getúlio Vargas (General Eurico Gaspar Dutra).

Representantes de diferentes ideias políticas (mesmo com divergências) se uniram em torno de um candidato que, em tese, tivesse condições de sucesso nas urnas.

Eduardo Gomes foi entendido como um opositor à altura de Getúlio Vargas.

E as mulheres produtoras de docinhos?

Não sei.
Só sei que as suas atuações não estavam restritas à cozinha.

E falando na cozinha, este é um espaço poderoso.
Mas falaremos deste espaço em outras oportunidades.

docinho brigadeiro
Autoria da imagem não conhecida

Algumas curiosidades que ajudam pensar:

  • Sabia que no início do século XX, na década de 1920, uma grande produtora de leite condensado (além de outros produtos) instalou fábrica no Brasil?
  • Sabia que temos várias propagandas sobre os usos da modalidade industrializada desse leite condensado, antes apresentado em latas e, atualmente, também, em caixinhas?

O doce feito pela senhora Heloisa Nabuco de Oliveira:

De acordo com o programa “Globo Repórter” (datado de 16/06/2017): senhoras da sociedade da Capital Federal de então (Rio de Janeiro) criaram um comitê de apoio ao candidato da UDN.

Nesse comitê, elas promoviam chás da tarde onde não faltavam guloseimas.
Em uma dessas reuniões, a senhora Heloisa Nabuco de Oliveira – que era uma doceira de excelência – levou um docinho cujos ingredientes principais eram o leite condensado e o chocolate em pó.
O docinho foi um sucesso!

Ela batizou a delícia de brigadeiro em homenagem ao presidenciável que apoiava.
Vide publicação no G1-Globo Repórter em < Versão de origem do BRIGADEIRO_Globo Repórter  >.

Veja  a receita secreta de < Brigadeiro de panela  > da Natália.

Referência:
FORNARI, Cláudio. Dicionário-almanaque de comes e bebes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001

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