Das origens ao ano de 1500.
Povos originários

TUPIS-GUARANIS

Era o primeiro milênio a.C.

Tupis-guaranis viviam na região da Amazônia, em terras onde hoje temos partes dos Estados de Rondônia e do Amazonas e também da Bolívia.

Mapa demonstrando os estados e as regiões brasileiras
Fonte: <  mapa -pdf – IBGE>. 

Ali estavam até que… A natureza começou a mudar. Por quê?

Como consequência das alterações climáticas? É a hipótese.

As mudanças forçaram os tupis-guaranis partirem em busca de outros territórios e, então, teve início uma grande migração rumo ao sul do continente.

Onde hoje conhecemos como Estado do Paraná: foi um dos pontos de destino, mas, dali, continuaram a viagem…

Os tupis-guaranis estavam divididos em diversos grupos e nas andanças,
alguns fixavam – mesmo que por pouco tempo –
em algumas regiões e outros seguiam adiante.

Mapa demonstrando os países que formam a América do Sul.
Fonte: < América do Sul – pdf – IBGE>.

Alguns desses grupos seguiram viagem rumo ao sul e ao oeste do continente.
Foram até os territórios dos atuais Paraguai e Peru!

Outros seguiram costeando o litoral rumo ao norte do continente.

Parte desses, no século XIII de nossa era, chegou e se estabeleceu na região que, atualmente, conhecemos como Bahia.

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Nessas andanças, foram conhecendo e tendo contatos,
ora pacíficos, ora nem tão da paz assim,
com outros povos que nesse continente viviam.

O tempo passou...
Arte: Histori-se

1500 (século XV)

Litoral brasileiro, na região que hoje compreende do Estado de São Paulo até o Pará.

Nessa região, viviam tupis-guaranis que, comumente, são designados como tupinambás; os quais se dividem em diversos povos.
Além desses, na região, encontrávamos alguns povos não tupis-guaranis: esses, genericamente, designados como tapuias.

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Um dia…

Um dia, chegaram à costa do atual território brasileiro algumas embarcações enormes, diferentes das canoas, comuns por aqui.

Quadro -óleo sobre tela de Cândido Portinari -1965
Quadro –Descobrimento do Brasil> – Cândido Portinari – 1956.

Na contagem dos estranhos homens que nelas vieram, era o ano de 1500 do calendário cristão.

Esses estranhos denominaram os que aqui viviam como índios.

A esquadra comandada pelo português Pedro Álvares Cabral chegou no litoral sul do Estado da Bahia, em Porto Seguro, no território de um povo
conhecido por Tupiniquim,
pertencente “à grande família Tupinambá, tronco Tupi- guarani que ocupava quase todo o litoral.

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Assim como os demais povos do tronco linguístico Tupi-guarani, os tupiniquins eram agricultores e se moviam por um extenso território.

Os tupis-guaranis eram ágrafos, ou seja, não usavam sistemas de escrita: suas histórias, tradições e conhecimentos eram compartilhados oralmente.
Aliás, todos os povos que viviam no espaço que hoje entendemos como Brasil eram ágrafos.

Isso implicou que, para a posteridade, ficaram – somente – registros escritos pelos invasores ou viajantes europeus:
olhares e percepções de não indígenas sobre os povos originários.

Invasores? Por quê?

Porque estou escrevendo a chegada do europeu, tentando pensar da perspectiva dos povos que aqui viviam.

O que chamamos de encontro entre culturas ao falar dos povos originários e dos europeus, no meu entender, foi uma trombada na qual os povos originários ganharam o pesadelo.

Os contatos entre europeus e povos originários, mesmo quando amistosos, eram de alto risco para os últimos.
Devido à falta de resistência dos organismos nativos a doenças presentes na Europa e até então desconhecidas por aqui, como: tifo, sarampo e varíola.

No período cunhado como pré-colonial, as relações – em geral – não foram tensas entre europeus e nativos.
Os primeiros estabeleceram alianças com povos que viviam no litoral e, por meio dessas, passaram a tomar partido nas animosidades ou guerras entre os locais.

Essas alianças foram fundamentais para que europeus pudessem manter feitorias na costa brasileira para a exploração do pau-brasil e, na esteira dessa atividade, também, o escambo para obterem outros produtos, como: animais típicos da fauna local, como papagaios e alimentos como frutos e farinha.

A partir do ano de 1534, o início do processo de colonização deixou claro que o europeu não era um visitante eventual ou um aliado ou desafeto que morava distante.
O europeu, agora colonizador, queria as terras e mão-de-obra servil ou escrava.

Como citar este texto?

CARRA, Patrícia R. Augusto Carra. Tupis-guaranis. Histori-se, Vol. 2, No. 11, fev., 2023. Disponível on-line em < Tupis-guaranis >. Acesso em: data do acesso.

Referências

  • HOLANDA, Sérgio Buarque de (org.): História Geral da civilização brasileira V.i., época colonial – Do Descobrimento `expansão territorial. São Paulo: Difusão Europeia do livro, 1960.
  • RIBEIRO, Berta. O índio na história do Brasil. 12. Ed., São Paulo: Global, 2009.

Citações:

  • Todas as citações pertencem à obra: RIBEIRO, Berta. O índio na história do Brasil. 12. Ed., São Paulo: Global, 2009. Páginas 17 a 20.
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