HISTÓRICAS
Mulheres contemporâneas
Esta edição (fevereiro de 2022), entre outras datas, engloba o carnaval e o início do ano letivo no Brasil.
Nossa homenageada é a dama do teatro de bonecos na região Sul.
Como educadora, elaborou um projeto de educação infantil holística com base no desenvolvimento da sensibilização artística (e, aqui, fica uma dica para pesquisa nas searas da Educação e/ou na História da Educação).
Apaixonada pelo carnaval de Pelotas (RS – Brasil), desenvolveu várias fantasias. Na galeria, você pode conferir a “Velha dos Pássaros“, a “Mamãe Ratinha” e a “Elefantinha“.
Seli Maurício
Sobre os bonecos e as crianças:
“Os bonecos são esculturas que andam e falam” […].
“As crianças contam os segredos para o boneco, não é para a professora ou para o ator que está ali, é para os bonecos“. […].
“Os bonecos tem um papel muito importante: por vezes são aqueles que podem dar um carinho … Tem uns bonecos que fazem carinho na gente, que são assim de tocar … Elas (as crianças) gostam e não só elas”
Assim, esta artista bonequeira diz de seus bonecos e da importância deles para o universo e a educação infantil. Aliás, foi na educação infantil que Seli Maurício, artista plástica, descobriu, criou e entrou no mundo dos bonecos.
Tempos atrás, quando foi convidada para trabalhar Educação artística infantil na Escolinha Municipal de Artes de Pelotas (RS -Brasil), ela realizou o que já sabia: a arte como instrumento de sensibilização na perspectiva de uma educação holística.
E os bonecos mostraram suas faces de ferramentas pedagógicas, de lazer, de objetivo de criação coletiva, de escuta e acolhimento infantil, entre outras possibilidades.
Nesta edição, Histori-se homenageia a artista plástica, escritora, bonequeira, educadora e ambientalista Seli Maurício.
A apresentação desta histórica foi feita pela colaboradora Núbia Quintana a partir de uma visita (virtual) à Seli e à sua filha, também atriz e bonequeira, Rita Maurício.
Seli Nachtigal Maurício nasceu no ano de 1941 no Morro Redondo (próximo a Pelotas / RS – Brasil).
Vive no Laranjal, bairro pelotense.
A arte e a educação:
A arte e a educação para Seli Maurício caminham juntas.
Formada em Belas Artes, a artista utiliza várias linguagens e técnicas artísticas para se expressar.
Olhos de criança:
Seli busca observar o mundo com olhos de criança, com sede de novidade, de vida e de cores.
O olhar de criança é, inclusive, marcante em grande parte de seus desenhos.
Franciscana, como ela se define, sempre foi atuante na sociedade: sua voz se fez ouvida através de sua arte, de sua escrita e de suas convicções em relação à educação, à paz, ao meio ambiente, à vida.
“Sou franciscana. Mas franciscana mesmo“
Apaixonada pelos desfiles de carnaval, sua mágica e criativa arte era presença certa através de personagens encantadores. Foi várias vezes premiada (desfiles de fantasia).
A linha motriz de sua arte:
Sua arte, banhada por grande religiosidade, tem, como linha motriz, a busca da interação com o sensível do Outro.
“Foi a arte que me salvou (…). A arte é tudo, é a sublimação máxima do homem, a sublimação de toda a dor“
“Fora da sensibilização, não há salvação“
Havia público na rua!
As fotografias evocam lembranças e trazem surpresas.
Era o Festival Internacional de Bonecos na cidade de Canela. Seli foi assistir.
No caminho, uma visita a uma escola da cidade e…. havia público fora do teatro… e lá foi a Seli fazer a alegria das crianças e dos adultos que não conseguiram acesso à programação oficial.
Grupo TRIO PILHA
Seli foi responsável pelo revigoramento do teatro de bonecos da região Sul do Brasil.
Criou o Grupo Trio Pilha de Teatro de Bonecos e, se no ano de 1992, ela estava na plateia, no ano de 1998 ela estava participando do elenco do Festival Internacional de Bonecos de Canela (RS – Brasil).
Uma dica de Histori-se
Neste espaço, destacamos a faceta bonequeira de Seli; contudo, sua arte e atuação, enquanto cidadã, é mais extensa e muito rica.
Então, fica como dica o ‘webdocumentário’ < Seli Maurício – O exercício da sensibilidade >: um projeto concebido por “Arte como Ciência”, produzido pela Secretaria do Estado de Cultura, pelo Bando Brincantes e por Bactéria filmes (maio, 2021).
Créditos:
- Entrevista: < Núbia B. Quintana >.
- Fotografias: acervo pessoal de Seli Maurício.
