Nau de Gaspar de Lemos
Gravura do século XVI - nau de Gaspar de Lemos.

A expedição de 1501 – 1502

A expedição de 1501 – 1502 é conhecida, nos livros de  História, como a primeira expedição exploradora.

Série – O tempo das feitorias
Arte: Histori.se

A expedição de 1501 – 1502

A notícia que a esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral enviou à Coroa Portuguesa sobre os dias passados nas terras ao sul das encontradas por Cristóvão Colombo foi recebida com curiosidade pela Corte lusitana.

Para saber mais sobre essa terra, entendida como nova posse portuguesa, foi organizada uma Expedição Exploradora, que partiu de Lisboa no dia 13 de maio de 1501.

Há muitas dúvidas sobre essa primeira expedição, a começar pelo nome de seu comandante.

Para o historiador Capistrano de Abreu, foi André Gonçalves.
Mas há quem opine ter sido Gonçalo Coelho, Gaspar de Lemos, D. Nuno Manuel, Fernão de Noronha e, até o famoso florentino, Américo Vespúcio.

Eu voto em Gaspar de Lemos.

Lembra que ele estava lá na esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral?
Que retornou à Lisboa, levando notícias da terra “descoberta” enquanto o restante da frota cabralina seguiu rumo a Calicute?
E você? Tem algum palpite?

A tripulação dessa expedição contou com a presença do famoso Américo Vespúcio.
Sim, aquele cujo nome foi dado ao nosso continente pelos europeus.

A expedição começou a navegação pelo litoral do continente americano a partir do litoral do Rio Grande do Norte.

Diferente das lentes de Pero Vaz de Caminha, os registros dessa viagem atestam nativos também como arredios, antropófagos.

No tempo que navegou em nosso litoral, a expedição registrou características da costa, fez algumas entradas, ou seja, curtas excursões para o interior do continente.

Os seus registros contribuíram para mapear o litoral brasileiro.

Ao longo do percurso, batizaram vários rios, baías e outros acidentes geográficos
O critério para o nome escolhido era a data comemorada no dia. Veja exemplos:

  • 16 de agosto – cabo de São Roque
  • 18 de agosto – rio de Santa Helena
  • 28 de agosto – cabo de Santo Agostinho
  • 11 de setembro – rio de São Jacinto
  • 29 de setembro – rio de São Miguel
  • 30 de setembro – rio de São Jerônimo
  • 4 de outubro – rio de São Francisco
  • 21 de outubro – rio das Virgens
  • 01 de novembro – baía de Todos os Santos
  • 13 de dezembro – rio de Santa Luzia
  • 21 de dezembro – cabo de São Tomé
  • 25 de dezembro – baía do Salvador
  • 01 de janeiro na angra dos Reis
  • 20 de janeiro na ilha de São Sebastião
  • 22 de janeiro no porto de São Vicente

A expedição não conseguiu sinais da presença de metais preciosos.
A única riqueza comercial identificada que acreditavam compensar os custos da exploração foi o pau-brasil.

As viagens feitas para a exploração dessa preciosa madeira poderiam ser enriquecidas com outros produtos rendáveis, como animais exóticos para os europeus, outras madeiras de lei, como a canafístula e produtos nativos como a mirra.

Para a exploração do pau-brasil, não havia necessidade da criação de vilas ou da emigração de europeus para a nova terra. O sistema composto por feitorias e uso de mão-de-obra local era suficiente.

Para iniciar a exploração, carregaram seus navios com pau-brasil e outros produtos que pudessem ter algum valor comercial e
criaram a primeira feitoria na região de Cabo Frio, no atual Estado do Rio de Janeiro.

Partiram deixando na Cananéia, um degredado conhecido, apenas como bacharel.

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Notas:
  • Imagem de destaque – Nau de Gaspar de Lemos. Gravura do século XVI.  Crédito: Luís de Albuquerque /Academia das Ciências de Lisboa.
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