Recolhe, seleciona, higieniza e coloca em uso objetos rejeitados.

A Mulher da Casa Azul

Ela chama Conceição e é gari.

Mas … Essa é uma definição simplista e incompleta desta mulher ‘mega’ interessante.

Mulher sobe as escadas de sua casa. Ela tem o nome Conceição.
Conceição ou Maria Cósmica fotografada por Silvana.

Conceição ou Maria Cósmica

Ao fim do dia, caminhando pela beira do mar, no bairro de Pântano do Sul (Santa Catarina – Brasil), via a bela casa azul.

De sua janela, uma mulher de drads, aparentando encantamento e alegria, seguidamente contemplava o mar, os barcos e o movimento da pesca.

Assim conheci Conceição ou Maria Cósmica como se apresenta nas redes sociais.

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ELA

Nascida em uma comunidade de pescadores, Conceição, mãe de cinco filhos e avó, é trabalhadora há doze anos da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital que executa os trabalhos de limpeza pública e coleta de resíduos sólidos).

Atua como gari no quarto país maior produtor de resíduos plásticos do mundo.

Ela recolhe, seleciona, higieniza e coloca em uso objetos rejeitados.

O LAR DE MARIA CÓSMICA

Esses rejeitos são levados para sua casa e lá ajudam a compor um lar.
Adorável, acolhedor, criativo. Generoso.

Não se trata de formar coleções, nem um museu ou exposição de descartados.

Ela recria, reorganiza, cria conjuntos estéticos e funcionais.
De sofás a tapetes e almofadas, estantes, escrivaninhas, cadeiras, cortinas, bolsas, livros, óculos de sol, câmeras fotográficas, luminárias, tudo é cotidianamente usado.

Dos descartes ela cria um universo próprio que fala sobre ela e de suas questões sobre a vida.

Ter a oportunidade de conhecer a Casa Azul e sua dona foi um convite concreto a muitas reflexões sobre o modo de vida que vivemos.

De modo imediato, um convite a refletir e agir sobre o consumo.

De modo necessário, pensarmos e agirmos sobre a forma como o capital atua sobre os seres humanos e a natureza.

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A  AUTORA

Silvana Pineda

https://www.instagram.com/silvanapinedafoto/

Fotografia mostra Silvana com cabelos soltos, sorrindo.
Fotógrafa e historiadora: Silvana S. Pineda.

Fotógrafa desde 2015, historiadora e educadora.

Vem construindo sua poética dos relatos da vida urbana com fotografias marcadas pelo cotidiano, pelo anonimato e pelos hábitos da rua.

A urbe e suas heterogeneidades estão presentes nos seus trabalhos fotográficos, bem como sua inconformidade com injustiças e desigualdades sociais.

Atualmente, dedica-se também à constituição, pesquisa e preservação de acervos fotográficos familiares.

Silvana integra:

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Silvana e Histori-se

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