Imagem disponibilizada no Pixabay.
Cartas para Histori-se

Pode parecer antigo, mas é tão bom receber cartas… Histori-se ama.

As cartas atuais, raramente chegam manuscritas. Em geral, chegam via e-mail. 

Uma experiência de materialidade diversa e de mesma alegria.

Então, com a cumplicidade de suas autoras, Histori-se compartilha parte dessas cartas.

A maioria versa sobre esses tempos que acostumamos, tristemente, a chamar de pandêmicos. Chegará o dia, das cartas tempos pós-pandêmicos! Tenho certeza e esperança.

A seguir, carta escrita por Núbia Quintana diz sobre corresponder, saber das amizades, contar de si … Aproveite.

Um fraterno abraço,
Patrícia.

Foto editada. Original disponível in stocksnap_ autor Vintage RS

CORRESPONDER

Trocar cartas, tecer redes com palavras.
Assim surgiu a intenção de redigir uma carta que chegasse naquela amiga, afastada faz um tempo.
E, também, na vizinha e na vizinha dela.

Escrever pra ti, que lê agora e para aquela amiga que quiçá lerá amanhã.
Assim escrevo.
Sem saber se sabes de mim.

Sem saber ao certo quem lê.
Nessa de imaginar com quem diálogo,
vou tentar seguir alguma orientação de escrita.

Se possível for.

Havia uma proposta de tema.
Porém, esse se perdeu entre um eu e outro tema. Evaporou!
Quanto mais tempo passa entre os dias…
Mais dessas eus avoam por aqui e mais longe ficam as ideias idas.

O tempo é assim!
Ao seu, meu tempo de ser.
Um dia sei.
Onde? Quando? O quÊ?

No outro?
Já perco o fio,
a Roca velha de fiar, some entre itens da bagunça (caos de mim).

Já me perco no não tempo das palavras.
Nesse blábláblá condensado de tudo isso que somos:
sopão multicolor de sonhares e sabores,
sendo um dia-a-dia de cada vez,
Gigantes solitárias e,
também, gotículas de sabedoria.

Todas oceano em jornada tripla (de contrair tripas)
essas vísceras geradoras de vida.

Assim, envio de  dentro para aí tocar o escrito.
Delicada busca de “tema” a discorrer.
O que quero eu falar?
E tu ouvir?

O que gostas de ouvir?
Confissões? Angustias? Sonhos? Desejos?
Ou só um relato, narrativa do comum.

Creio que gosto do comum, do rotineiro do desorganizado.
Como o Poeta Piva, eu gosto da Desordem da Baderna, do contrário, do invertido

do sub-verso.
Sejamos subversivas!

E tu? Como anda teu tempo? Também virada?
Do avesso, ou de ponta cabeça?
Sabes a data de hoje? Teu despertador ainda toca?

E cá, agora o FIO (aquele que se perde)
tá todo emaranhado, enovelado – tipo novela, mesmo, fasciculado.

Bom, mi bruja!
falei, falei e não disse nada.
Mas pinguei de mim uns pouquinhos
fazendo “Pano pra manga” (sabe, né? Criando assunto pro futuro).

Espero umas respostas
ou só sorrisos.
Quem sabe cartas caligrafadas?

Buenas, aqui o fogo apaga,
a gata pede comida e eu vou acender aquele.
Fica bem! Fica firme.

Nos veremos na lucha e na hora certa.
daqui eu e as meninas
mandamos beijos pra todes Aí.

E um abraço especial pras manas da Ocupa feminista, em São Leopoldo-RS
Cartas para Histori-se.
Leia mais em < Carta ao meu grande amor >.
Escreva para Histori-se. Escreva para o e-mail: contato@historise.com.br.
Imagem de Engin Akyurt in Pixabay_2021.

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