HISTORIETA RECORDA
No dia 07 de setembro de 1822 foi declarada a Independência do Brasil. Essa declaração foi um evento dentro de um processo mais amplo. Independente, a nova nação, entre outras preocupações, exigiu de suas lideranças pensar e decidir sobre a educação de homens e de mulheres.
EDUCAÇÃO DE MULHERES – Que ideias influenciavam a elite política brasileira?
A questão educativa era objeto de preocupação da elite política de então; contudo, não havia consenso em relação a diversos aspectos, como a educação de mulheres e os currículos previstos para o ensino das Primeiras Letras.
Em relação à educação do sexo feminino, é possível perceber, tanto nos discursos de participantes da Assembléia Constituinte (1823), quanto nos de participantes das duas primeiras Legislaturas da Assembléia Geral (1826 – 1833), influências do pensamento católico e de pensadores, como Fenelon, Rousseau e Condorcet.
Sofia, personagem feminina na obra Emílio ou da Educação, escrita por Rousseau e publicada em 1784, representa a mulher idealizada pelo filósofo: responsável pelo bem-estar familiar, virtuosa, submissa, destinada ao casamento e à maternidade, cujo mundo é o espaço privado. Sua educação é simples, voltada para as responsabilidades e ofícios domésticos.
Em Condorcet, embora exista a defesa da maternidade e, por extensão, da educação das crianças como função das mulheres, a educação feminina é pensada, primeiro, como um direito e um valor para o indivíduo. Há o entendimento do direito a uma instrução igualitária para os dois sexos, assim como, que o ensino deva ser laico e gratuito.
No início do século XIX, em relação à instrução de mulheres, as ideias de Rousseau e de Fénelon eram as que encontravam maior aderência no Brasil.